top of page
Buscar

É melhor a TV aberta aceitar o streaming

Desde 2011 o Brasil começou a ouvir falar nas famosas "séries da Netflix", com a chegada da plataforma as emissoras de TV Aberta começavam a olhar para os lados e enxergar uma nova maneira de entretenimento on demand. Com o passar dos anos mais plataformas chegaram nas casas dos brasileiros, Globoplay, Amazon Prime Video, Disney+, Max... Mas a TV aberta ainda parece ter medo, não enxerga caminhos de conciliar os lançamentos das plataformas com conteúdo para os seus próprios programas.


A TV aberta no Brasil, liderada pela Globo, SBT e Record, enfrenta uma queda de audiência diante do streaming. Dados do IBGE (Pnad TIC 2022) mostram que, embora 73,7% dos lares com TV ainda prefiram a TV aberta, 43,4% já usam serviços de streaming, e 6,1% dos domicílios com streaming em 2023 nem sequer acessam TV tradicional. Estes números mostram que o público não gosta e não busca exclusividades, eles querem flexibilidade. Ao mesmo tempo que consomem produtos de origem dos streamings, eles permanecem conectados com as emissoras nacionais e acompanham programas e conteúdos fornecidos por elas.



Não estamos falando de cada emissora de TV Aberta ter a sua própria plataforma de streaming, mas que seus programas falem do que está entrando na casa do brasileiro. É preciso fazer um adendo que emissoras como Globo e SBT em algumas raras e oportunas ocasiões divulgam um ou outro lançamento de plataforma de streaming, mas ainda é muito pouco. Beleza Fatal, a primeira novela brasileira lançada por plataforma estreou, virou assunto e febre na internet e as emissoras fingem ignorar. Fingem, pois certamente já foi pauta em reuniões entre diretores. Nenhuma emissora buscou entrevistar os atores, o autor, repercutir o assunto e valorizar a produção nacional. Quem sabe assim, mesmo que por curiosidade, a Geração Streaming não se anime a assistir um programa de TV porque seu ator da série favorita está lá?


Estas plataformas vão ser cada vez mais presentes na vida do brasileiro, ainda mais com a entrada de campeonatos esportivos, a maior paixão nacional. É mais do que comum que os canais de TV olhem para o que está sendo produzido lá e transforme isso em reportagens, entrevistas e matérias. Em um país onde 65% dos adultos consomem streaming (Finder, 2021), a coexistência é inevitável.


Nos Estados Unidos, a TV aberta (como ABC, NBC, CBS e Fox) há anos integra o streaming em sua programação, seja com convidados em seus talk shows e programas matinais. Zendaya já promoveu Duna no programa da Ellen DeGeneres, Millie Bobby Brown esteve no programa do Jimmy Fallon para promover Stranger Things. Programas como Good Morning America (ABC) e The Today Show (NBC) frequentemente entrevistam artistas promovendo séries e filmes de plataformas digitais. Em dezembro de 2024, o Good Morning America destacou o lançamento de Mufasa: O Rei Leão no Disney+. Isso reflete a mistura entre a TV tradicional e as plataformas de streaming. As plataformas não precisam ser rivais.


Ainda sobre os EUA, segundo a Nielsen, em 2023, a TV aberta ainda alcançava 76% dos adultos americanos semanalmente, mas o streaming já dominava 38,7% do tempo total de consumo de vídeo (Nielsen Streaming Report, 2023). Isso força as emissoras a se alinharem com o streaming para manter relevância. Essa integração é um exemplo de como a TV aberta não apenas sobrevive, mas prospera ao abraçar o streaming como aliado.

 
 
 

Comments


bottom of page